quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O encontro mundial de culturas



O ENCONTRO MUNDIAL DE CULTURAS


As migrações de um continente para o outro intensificaram-se no século XVI, os hábitos alimentares e de consumo mudaram e o relacionamento entre povos trouxe fenómenos de assimilação e aculturação. 


O comércio intercontinental provocou alterações nos hábitos do quotidiano e na agricultura mundial. A partir do século XVI a produção e consumo de espécies vegetais alargou-se a outros continentes.


CONTINENTE AMERICANO
CONTINENTE ASIÁTICO
CONTINENTE AFRICANO
       Milho
     Batata
     Tomate
     Feijão
     Cacau
     Ananás
     Tabaco
     Amendoim

        Especiarias

      Coco

      Chá

      Soja

      Laranja doce

      Banana

       Malagueta

     Café

     Óleo de palma

     Sorgo

 

O domínio europeu na América, em África e na Ásia levou a fenómenos de aculturação. A religião, as línguas e os hábitos culturais europeus tenderam a impor-se aos outros povos.


A miscigenação foi outro fenómeno que se deve ao cruzamento de portugueses e espanhóis com mulheres índias e africanas, do qual nasceram mamelucos (mistura de europeu com índia), mulatos (europeu e africana) e cafusos (africano e índia).

A prática da escravatura, levando ao transporte de parte da população africana para a América e para a Europa, acentuou a miscigenação (mistura de povos de diferentes origens) e criou nos europeus um sentimento de superioridade em relação aos povos indígenas (povos originários de outro país ou região). Esta atitude despertou em alguns europeus, nomeadamente em elementos do clero, a consciência da necessidade de defesa de povos que eram subjugados por outros.


“Não se admite, nem a razão humana consente, que jamais houvesse no Mundo venda pública de comprar e vender homens livres e pacíficos, como quem compra e vende animais, bois ou cavalos e semelhantes. Assim os conduzem, trazem e levam e escolhem com tanto desprezo e violência como faz o magarefe (aquele que abate o animal) ao gado no curral.”

                                                Padre Fernando de Oliveira, Arte de Guerra no Mar, século XVI (adaptado)


Mas, na prática o interesse económico na escravatura acabou por se impor e fazer durar por mais três séculos os abusos e a servidão a que índios e, sobretudo, africanos eram sujeitos.


Na EUROPA…

Desde o final do século XV que se impôs uma tendência de uniformização cultural e religiosa das sociedades europeias. Acreditava-se que a existência de uma única religião e modo de pensar facilitaria a unidade política da sociedade e a ausência de conflitos.

Por toda a Europa existiam comunidades de judeus que viviam em bairros próprios, as  "judiarias". Em Portugal e Espanha, existiam ainda muçulmanos, os chamados "mouros" que viviam nas "mourarias". Os sentimentos de intolerância em relação a judeus e mouros eram fortes entre o povo e o clero e acabaram por ter consequências. Nos finais do século XV foram forçados a converter-se ao catolicismo. Estes “convertidos” chamavam-se “cristãos-novos”. Mesmo assim, a intolerância reinante teve dificuldade de aceitar os convertidos.


Infelizmente, a violência e intolerância em relação a pessoas de religião, cultura ou cor de pele diferentes perduraram ao longo da História e até hoje.




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