sábado, 5 de fevereiro de 2022

A União Ibérica e a Restauração

Batalha de Alcácer Quibir

04-08-1578
            "O dia 4 de Agosto marca o maior desastre da história militar portuguesa, não só pelo número de militares envolvidos mas também pelas consequências trágicas que teve. A batalha de Alcácer Quibir (ou batalha dos três reis) marca o princípio do fim da II dinastia portuguesa e do período do império português da Índia e é o prenúncio de um período de 60 anos em que o reino de Portugal foi governado por um monarca estrangeiro.
            Tendo sido decidido atacar o norte de África para tentar aliviar a pressão que se fazia sentir sobre as fortalezas portuguesas, começou a formar-se um exército sem grande pressa o qual era constituída por um total de 17.000 homens, dos quais 5.000 eram mercenários estrangeiros.

  A armada parte de Lisboa a 25 de Junho de 1578, faz escala em Cadiz e aporta a Tanger, seguindo depois para Arzila. Aqui é cometido o primeiro erro crasso, pois a tropa é mandada seguir a pé de Arzila para Larache, quando o percurso poderia ser feito por via marítima. A partir de Larache, a força afasta-se da costa em direção a Alcácer Quibir. Há que notar que no século XVI, grande parte das vitórias portuguesas dá-se na zona costeira, onde é possível fazer valer a vantagem do poder de fogo dos navios de guerra portugueses. Longe dos navios e enfrentando o calor de uma zona quase desértica um exército superior em número e combatendo no seu território, as cautelas deveriam ter sido muito maiores.           
O rei recusou-se terminantemente a ouvir os conselhos dos capitães mais experientes, que achavam que o exército se devia manter próximo dos canhões dos navios. Alguns comandantes perante o absurdo da decisão chegaram a falar em prender o rei para o impedir de cometer tal loucura.
As forças muçulmanas, entendiam muito bem que não poderiam enfrentar os portugueses próximo da costa, e não avançaram em direção a norte, preferindo que fossem os portugueses a tomar a iniciativa.
A 4 de Agosto, depois de uma marcha de 7 dias, as forças portuguesas encontram o exército mouro que, segundo algumas referências, atinge 60.000 homens. A batalha resulta na perda de metade do efetivo das forças portuguesas que morre na batalha e a outra metade é feita prisioneira.
O rei, terá alegadamente morrido na batalha, e a sua morte ficou envolvida num mistério que perdura, mesmo séculos depois."

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A União Ibérica
(síntese)


A D. Sebastião sucede o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, que por sua vez morre em 1580, sem sucessores.
Surgem então como pretendentes ao trono:
  • Filipe II, rei de Espanha;
  • D. António, prior do Crato;
  • D. Catarina de Bragança.
Os portugueses dividem-se:
  • o povo, para não perder a independência, apoia D. António, prior do Crato;
  • uma parte da nobreza e do clero apoia D. Catarina;
  • a nobreza, o clero e a burguesia apoiam Filipe II, rei de Espanha, esperando assim obter privilégios e riqueza. 













Filipe II invade Portugal e D. António organiza a resistência aos invasores mas é derrotado na Batalha de Alcântara, em 25 de Agosto de 1580. Assim, em  1581 nas Cortes de Tomar, Filipe II  é aclamado rei de Portugal, dando-se início a  um novo período na história do nosso país: a união dinástica.

·         Condições da União:
a)       Autonomia de Portugal;
b)       Respeito pelos costumes, leis e liberdade;
c)       Nomeação de portugueses para o governo português

·         Medidas favoráveis:
a)       Os portugueses podiam exercer funções em Espanha;
b)       As rendas e as terras em Portugal só eram atribuídas a portugueses;
c)       O comércio da Índia e da Guiné era exclusivo dos portugueses;
d)       Os portugueses podiam circular por todo o Império Espanhol;
e)       Foram suprimidas as barreiras alfandegárias;
f)        A língua e a moeda mantiveram-se.

·         Conclusão: até 1620 a União Ibérica foi bastante positiva para Portugal.

 A crise do Império Espanhol e a Restauração da Independência de Portugal (síntese)

Agravamento da situação económica (depois de 1620)
a)       Diminuição das remessas de ouro e prata da América Latina;
b)       Guerras com a Holanda, a França e a Inglaterra;
c)       Dívidas com o exterior (empréstimos);
d)       Diminuição demográfica (guerras, pestes, expulsão dos mouros e dos judeus)

Consequências para Portugal
a)       Grande aumento dos impostos;
b)       Mobilização dos soldados portugueses;
c)       Tentativas de eliminar a política de autonomia

 Reação portuguesa
a)       Organização da luta para restauração da independência;
b)       Levantamentos populares por todo o país;
c)       Revolta dos nobres em Lisboa, a 1 de Dezembro de 1640: pôs fim aos 60 anos de domínio espanhol (Restauração da Independência de Portugal!)




Os novos valores europeus

AS ORIGENS DO RENASCIMENTO
O Renascimento representou um momento de viragem na cultura europeia, que começou em Itália, no século XV, porque esta reunia vários fatores que contribuíam para que fosse o berço do Renascimento:
  •    A riqueza proveniente do tráfego comercial das cidades italianas como, Florença, Milão, Génova e Veneza,  favoreceu a rivalidade artística e cultural entre elas;
  •    O poder económico das famílias dos Médicis e dos Sforza, cuja riqueza favoreceu a prática do mecenato;
  •   Esses grandes senhores (mecenas) através das suas encomendas protegiam, financiavam e projetavam os artistas e as suas obras;
  •    A Itália como berço da cultura greco-romana oferecia muitos vestígios culturais aos sábios e estudiosos da Cultura Clássica;
  •    Os intelectuais italianos rejeitavam a estagnação da cultura medieval e apostavam na criação de universidades, bibliotecas e academias.
 Florença
  
RENASCIMENTO
O Renascimento foi um movimento de renovação cultural, intelectual e artístico que impulsionou uma nova mentalidade.
Características:
a)Humanismo ( valorização do Homem e das suas capacidades)
b)Naturalismo (interesse pelo estudo da Natureza)
c)Classicismo (inspiração e recuperação dos modelos artísticos da Antiguidade Clássica – Grécia e Roma)

Nova mentalidade:
a)Antropocentrismo (Homem no centro do pensamento, como ser inteligente e símbolo da perfeição)
b)Individualismo (respeito pelo valor da Razão e da consciência individual)
c)Espírito Crítico ( capacidade de cada um usar livremente o seu pensamento e fazer o julgamento das coisas)

No Renascimento assistiu-se a uma valorização da pessoa humana e a uma postura de confiança nas capacidades próprias do indivíduo. Durante este período concretizou-se a busca do Homem Ideal, daquele que através de uma boa educação, conseguisse alcançar uma formação completa, que o tornasse apto a trabalhar nas mais diferentes áreas.
Leonardo da Vinci, um dos grandes sábios e mestres do Renascimento na pintura, na arquitetura, nas invenções técnicas, nos estudos anatómicos e da natureza, foi disso exemplo.

 


 
 
     






A Arte Renascentista

ARQUITETURA

CARACTERÍSTICAS:
  • Equilíbrio e simetria das formas
  • Horizontalidade (cornijas, frisos, balaustradas)
  • Elementos clássicos (frontão triangular, arco de volta perfeita, capitéis clássicos, cúpula, abóbada de berço)
ARTISTAS:
  • Alberti
  • Brunelleschi
  • Bramante
  • Miguel Ângelo
  • Paládio
OBRAS:

  • Palácios e Igrejas

PINTURA

CARACTERÍSTICAS:
  • Composição (esquema geométrico em pirâmide)
  • Perspetiva ( ilusão de profundidade, 3D)
  • “Sfumato” (efeito luz/sombra sem contorno)
  • Utilização do óleo e da tela
  • Trabalho da cor
  • Expressão naturalista ( nu e paisagem)
ARTISTAS:
  • Holbein e Dürer (Alemanha)
  • Van Eyck. Bosch e Bruegel (Flandres)
  • Masaccio, Leonardo da Vinci, Rafael, Miguel Ângelo, Boticelli (Itália)

TEMAS:
  • Santos, Virgem; Figuras bíblicas
  • Retratos
  • Mitologia
  • Natureza

"O nascimento  da Vénus" de Boticelli





"A Virgem do pintassilgo"
de Rafael                                                















  "Mona Lisa"
 de Leonardo da Vinci






ESCULTURA
CARACTERÍSTICAS:
  • Proporção e harmonia
  • Nu (conhecimentos anatómicos)
  • Movimento
  • Expressão de sentimentos


ARTISTAS:
  • Ghiberti
  • Verrochio
  • Donatello
  • Miguel Ângelo

TEMAS:
  • Santos, Virgem , Cristo
  • Mitologia
  • Figuras civis (estátuas equestres)
  • "David" de Miguel Ângelo (1504)
     Florença
    "Pietá" de Miguel Ângelo (1499) 
     Basílica de S.Pedro em Roma
    Estátua Equestre de  Donatello 
     Piazza do Santo, Pádua