Batalha de Alcácer Quibir
04-08-1578
04-08-1578
"O dia 4 de Agosto marca o maior desastre da história militar portuguesa, não só pelo número de militares envolvidos mas também pelas consequências trágicas que teve. A batalha de Alcácer Quibir (ou batalha dos três reis) marca o princípio do fim da II dinastia portuguesa e do período do império português da Índia e é o prenúncio de um período de 60 anos em que o reino de Portugal foi governado por um monarca estrangeiro.
Tendo sido decidido atacar o norte de África para tentar aliviar a pressão que se fazia sentir sobre as fortalezas portuguesas, começou a formar-se um exército sem grande pressa o qual era constituída por um total de 17.000 homens, dos quais 5.000 eram mercenários estrangeiros.
Tendo sido decidido atacar o norte de África para tentar aliviar a pressão que se fazia sentir sobre as fortalezas portuguesas, começou a formar-se um exército sem grande pressa o qual era constituída por um total de 17.000 homens, dos quais 5.000 eram mercenários estrangeiros.
A armada parte de Lisboa a 25 de Junho de 1578, faz escala em Cadiz e aporta a Tanger, seguindo depois para Arzila. Aqui é cometido o primeiro erro crasso, pois a tropa é mandada seguir a pé de Arzila para Larache, quando o percurso poderia ser feito por via marítima. A partir de Larache, a força afasta-se da costa em direção a Alcácer Quibir. Há que notar que no século XVI, grande parte das vitórias portuguesas dá-se na zona costeira, onde é possível fazer valer a vantagem do poder de fogo dos navios de guerra portugueses. Longe dos navios e enfrentando o calor de uma zona quase desértica um exército superior em número e combatendo no seu território, as cautelas deveriam ter sido muito maiores.
O rei recusou-se terminantemente a ouvir os conselhos dos capitães mais experientes, que achavam que o exército se devia manter próximo dos canhões dos navios. Alguns comandantes perante o absurdo da decisão chegaram a falar em prender o rei para o impedir de cometer tal loucura.
As forças muçulmanas, entendiam muito bem que não poderiam enfrentar os portugueses próximo da costa, e não avançaram em direção a norte, preferindo que fossem os portugueses a tomar a iniciativa.
As forças muçulmanas, entendiam muito bem que não poderiam enfrentar os portugueses próximo da costa, e não avançaram em direção a norte, preferindo que fossem os portugueses a tomar a iniciativa.
A 4 de Agosto, depois de uma marcha de 7 dias, as forças portuguesas encontram o exército mouro que, segundo algumas referências, atinge 60.000 homens. A batalha resulta na perda de metade do efetivo das forças portuguesas que morre na batalha e a outra metade é feita prisioneira.
O rei, terá alegadamente morrido na batalha, e a sua morte ficou envolvida num mistério que perdura, mesmo séculos depois."
O rei, terá alegadamente morrido na batalha, e a sua morte ficou envolvida num mistério que perdura, mesmo séculos depois."
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A União Ibérica
(síntese)
A D. Sebastião sucede o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, que por sua vez morre em 1580, sem sucessores.
Surgem então como pretendentes ao trono:
- Filipe II, rei de Espanha;
- D. António, prior do Crato;
- D. Catarina de Bragança.
Os portugueses dividem-se:
- o povo, para não perder a independência, apoia D. António, prior do Crato;
- uma parte da nobreza e do clero apoia D. Catarina;
- a nobreza, o clero e a burguesia apoiam Filipe II, rei de Espanha, esperando assim obter privilégios e riqueza.
Filipe II invade Portugal e D. António organiza a resistência aos invasores mas é derrotado na Batalha de Alcântara, em 25 de Agosto de 1580. Assim, em 1581 nas Cortes de Tomar, Filipe II é aclamado rei de Portugal, dando-se início a um novo período na história do nosso país: a união dinástica.
· Condições da União:
a) Autonomia de Portugal;
b) Respeito pelos costumes, leis e liberdade;
c) Nomeação de portugueses para o governo português
· Medidas favoráveis:
a) Os portugueses podiam exercer funções em Espanha;
b) As rendas e as terras em Portugal só eram atribuídas a portugueses;
c) O comércio da Índia e da Guiné era exclusivo dos portugueses;
d) Os portugueses podiam circular por todo o Império Espanhol;
e) Foram suprimidas as barreiras alfandegárias;
f) A língua e a moeda mantiveram-se.
· Conclusão: até 1620 a União Ibérica foi bastante positiva para Portugal.
A crise do Império Espanhol e a Restauração da Independência de Portugal (síntese)
Agravamento da situação económica (depois de 1620)
a) Diminuição das remessas de ouro e prata da América Latina;
b) Guerras com a Holanda, a França e a Inglaterra;
c) Dívidas com o exterior (empréstimos);
d) Diminuição demográfica (guerras, pestes, expulsão dos mouros e dos judeus)
Consequências para Portugal
a) Grande aumento dos impostos;
b) Mobilização dos soldados portugueses;
c) Tentativas de eliminar a política de autonomia
Reação portuguesa
a) Organização da luta para restauração da independência;
b) Levantamentos populares por todo o país;
c) Revolta dos nobres em Lisboa, a 1 de Dezembro de 1640: pôs fim aos 60 anos de domínio espanhol (Restauração da Independência de Portugal!)