LENDA DO RÓMULO E DO REMO – Pela Academia Tin.Bra

O Neolítico

 

A SEDENTARIZAÇÃO E A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL

1. A invenção da agricultura e da pastorícia provocou grandes transformações na vida das comunidades. Estas tornaram-se produtoras e, por isso, sedentárias. Os primeiros aldeamentos surgiram em locais com abundância de água e terras férteis, para obterem boas colheitas e boas pastagens.

As primeiras comunidades agropastoris construíram as casas próximas umas das outras, surgindo, assim, os aldeamentos.

As casas podiam ser construídas em pedra, tijolo, argila, madeira e os telhados cobertos de colmo ou junco. Algumas aldeias tinham muralhas ou paliçadas.

                                                                             

                                                                                                                               Çatalhüyük (Turquia) 3D

2. O aumento da população no Neolítico levou à necessidade da divisão do trabalho. Assim, as mulheres dedicavam-se sobretudo às tarefas domésticas, à cestaria, à cerâmica, à tecelagem e ajudavam na agricultura. Os homens dedicavam-se, sobretudo, às tarefas agrícolas e pastoris, à caça e pesca, à defesa, aos cultos.

Com o passar do tempo, a divisão do trabalho levou à diferenciação social, ou seja, algumas pessoas especializaram-se numa determinada função. Os mais importantes eram os que se dedicavam aos cultos- os sacerdotes; os que se dedicavam à proteção e defesa dos aldeamentos – os guerreiros; os que se dedicavam a gerir todos os outros- os chefes.

As diferenças entre as pessoas passam a ser determinadas pela sua função, idade, sexo e riqueza.

 

MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS DO NEOLÍTICO

As comunidades humanas do Neolítico continuavam muito dependentes das forças da Natureza, temiam as tempestades, as secas e as doenças, que podiam destruir as colheitas e matar os animais. Por isso, acreditavam que esses fenómenos naturais estavam dependentes de forças sobrenaturais e passaram a prestar culto ao sol, à lua, à água e a outras forças da natureza- eram os cultos agrários.

A “deusa- mãe” – estatuetas ligadas ao culto da terra e da fertilidade.    

Turquia Grécia

                                                                                                                

A arte megalítica – constituída por construções feitas no período Neolítico com pedras de grandes dimensões (mega=grande + lithos=pedra).

Os megálitos estão também associados aos cultos agrários e dos astros e no caso das antas ou dólmens ao enterramento dos mortos.

MENIR – pedra isolada colocada na vertical

Monsaraz

ALINHAMENTO – menires colocados em linha

 Mora

CROMELEQUE – menires colocados em círculo

Stonehenge (Inglaterra)

Stonehenge 3D

ANTA OU DÓLMEN – construção para sepultar os mortos

 Carregal do Sal

                                                                                                        

O Paleolítico

 

O PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO

Os mais antigos antepassados do ser humano viveram há milhões de anos e os vestígios descobertos pela arqueologia têm permitido estudar o longo e lento processo de hominização, ou seja, o processo de evolução do ser humano.

Os primeiros hominídeos conquistaram a bipedia, isto é, a capacidade de se deslocarem na posição vertical, usando apenas os pés, o que lhes permitiu libertar as mãos para o manuseamento e fabrico de instrumentos.

A bipedia, a verticalidade, o consequente desenvolvimento do cérebro e da inteligência, da habilidade manual e de uma linguagem verbal são elementos fundamentais para a evolução dos seres humanos, distinguindo-os assim dos outros animais.

O Homo erectus foi o primeiro hominídeo a sair de África rumo à Ásia e à Europa, mas a dispersão por todo o planeta foi feita, muito mais tarde, pelo Homo sapiens sapiens, graças à última glaciação, que provocou a diminuição do nível das águas do mar e cobriu de gelo territórios e mares, principalmente em zonas próximas dos polos, facilitando a passagem do homem para outros continentes.

O FABRICO DE INSTRUMENTOS

O Homo habilis foi o primeiro hominídeo conhecido a utilizar a técnica da lascagem para criar instrumentos muito simples, como é o caso do seixo talhado.

O Homo erectus, com maior habilidade manual, fabricou instrumentos mais aperfeiçoados como os bifaces.

Mas, coube ao Homo sapiens sapiens a capacidade de fabricar instrumentos mais precisos como o arpão, o propulsor e o arco e a flecha, utilizando como materiais, a pedra, o pau e o osso.

O DOMÍNIO DO FOGO

Através do estudo dos vestígios materiais descobertos, acredita-se que tenha sido o Homo erectus, o primeiro a produzir o fogo, dando mais um passo importante para o domínio da Natureza. Para o produzirem, friccionavam dois paus de madeira ou batiam com duas pedras de sílex uma na outra.

A utilização do fogo permitiu:

• cozinhar os alimentos
• aperfeiçoar os instrumentos
•  iluminar e aquecer os abrigos e cavernas
• afastar os animais ferozes
• conviver à volta da fogueira (vida em grupo)
•  desenvolver a linguagem

RECOLEÇÃO E NOMADISMO

Durante o período Paleolítico, os hominídeos eram recoletores, ou seja, dependiam inteiramente da Natureza para a sua sobrevivência, pois não sabiam produzir. Alimentavam-se de raízes, plantas, frutos, ovos, peixes, moluscos e outros animais que caçavam. Tinham um modo de vida recoletor.

Quando os alimentos começavam a faltar nos locais que ocupavam, os hominídeos deslocavam-se à procura de outros lugares que lhes garantissem o alimento. A este estilo de vida dá-se o nome de nomadismo.

A História é muito importante!

A História é uma ciência que estuda o passado das sociedades humanas. O estudo do passado, permite-nos conhecer os motivos e as consequências de diversas transformações pelas quais passou a Humanidade e dá-nos elementos que ajudam a explicar muitos aspetos das sociedades atuais.

A palavra história nasceu na Grécia Antiga e significa “investigação”. A matéria prima da História são os factos, acontecimentos que tiveram repercussões nas sociedades. Para compreender esses factos, a História procura vestígios de todo o tipo que se possam ligar a eles – são as fontes históricas, fontes de informação para o historiador. Podemos definir fonte histórica como todo e qualquer vestígio do passado, de qualquer tipo ou natureza (um objeto, uma obra de arte, uma carta, uma canção, etc.).

As fontes históricas podem ser de natureza diversa.

Contudo, as fontes são sempre incompletas, apresentam parte da realidade. Cabe ao historiador cruzar dados, informações, analisar as fontes, formular hipóteses e apresentar conclusões.

APRENDER A UTILIZAR A LINGUAGEM DO TEMPO HISTÓRICO

A contagem do tempo é feita em função da data do nascimento de Cristo (Era Cristã). Se um facto ocorreu antes, acrescentamos à frente da data a sigla a.C.; se aconteceu depois, não precisamos de acrescentar a sigla d.C. (embora possamos fazê-lo).

Os historiadores, por vezes, têm necessidade de agrupar os anos em conjuntos. Repara nos seguintes exemplos:

Designação	Nº de anos
Um lustro	5
Uma década	10
Um século	100
Um milénio	1000

Ao estudar História, vais trabalhar principalmente com séculos e anos. Por isso, precisas de aprender uma regra muito importante:

Para indicar os anos usamos a numeração árabe:

1,2,3,4,5,6,7,8,9,10...

Para indicar os séculos usamos a numeração romana:

I,II,III,IV,V,VI,VII,VIII,IX,X...

Ainda te recordas da numeração romana?

1	5	10	50	100	500	1000
I	V	X	L	C	D	M

E das regras?

• Os caracteres I, X, C, M podem repetir-se três vezes (III=3; XXX=30; CCC=300)
• Os caracteres V; L; D nunca se podem repetir.
• Os caracteres I, X, C, colocados à esquerda de outros de maior valor subtraem-lhe o valor (IV=4; XL=40; CD=400)
• Um traço colocado por cima de qualquer letra multiplica o seu valor por mil

Quando começa e quando termina um século? Eis alguns exemplos para perceberes:
Século I : Do ano 1 até ao fim do ano 100
Século II: Do ano 101 até ao fim do ano 200
Século XI: Do ano 1001 até ao fim do ano 1100
Século XVI: Do ano 1501 até ao fim do ano 1600
Século XX: Do ano 1901 até ao fim do ano 2000
Século XXI: Do ano 2001 até ao fim do ano 2100

Como podemos saber rapidamente a que século corresponde cada ano?

Quando um ano termina em dois zeros, basta cortar os dois zeros. Assim: 100= século I; 1000= século X; 2000= século XX.

Quando o ano não termina em zeros, cortamos os dois últimos números e somamos uma unidade (1). Assim:

O ano	Pertence ao
044 a.C.	Século I a .C. (0+1=1)
014	Século I          (0+1=1)
476	Século V         (4+1=5)
1993	Século XX       (19+1=20)
2007	Século XXI       (20+1=21)

Para facilitar o estudo da História estabeleceu-se a sua periodização, isto é, a sua divisão em 5 grandes períodos, que têm como balizas temporais grandes acontecimentos.

O TERCEIRO MUNDO: independência política e dependência económica

Em 1961, da Conferência de Belgrado, destaca-se a fundação oficial do “Movimento dos Não-Alinhados”, ou seja o movimento dos países (a maioria ex-colónias) que decidiram não adotar nenhum dos modelos políticos que predominavam no mundo (capitalista e comunista), optando, assim, por uma postura neutral.

 

http://griloescrevente.blogspot.com/2006/09/que-futuro-para-o-moviment_115870482756725107.html

 

Neste contexto surge a expressão “Terceiro Mundo”, que mais tarde passou a ser utilizada para designar os países menos desenvolvidos, que partilhavam algumas características, tais como:

• Crescimento demográfico muito elevado;
• Profundas desigualdades sociais;
• Elevada taxa de analfabetismo;
• Inexistência de um sistema de saúde básico;
• Fome e subnutrição; 
• Economia de subsistência com a agravante de uma fraca produção para as necessidades da população.

http://jornaldeangola.sapo.ao/mundo/fome_ameaca_224_milhoes_de_africanos

 

Estes países conseguiram a sua independência política mas mantinham a dependência económica em relação aos países industrializados, uma vez que exportavam as suas matérias- primas a preços reduzidos, mas importavam muitos produtos para suprir as suas necessidades, o que mantinha a balança comercial sempre deficitária. Para conseguir pagar as importações, o Terceiro Mundo endividava-se, o que contribuiu para aumentar a sua dívida externa (Neocolonialismo).

Nos anos 70, o mundo encontrava-se dividido entre:

•  Norte: países industrializados;
•  Sul: países do terceiro Mundo (países em vias de desenvolvimento).

 http://alunosonline.uol.com.br/geografia/subdesenvolvimento.html

Durante as décadas de 70 e 80, o mundo assistiu ao Diálogo Norte/Sul, ou seja, entre países industrializados e em vias de desenvolvimento. Foram feitos acordos para minimizar a pobreza e impulsionar o desenvolvimento dos últimos.

Destaca-se a Conferência de Lomé (1975), entre a Comunidade Europeia e alguns Estados da África, Caraíbas e Pacífico (Comunidade ACP) onde se estabeleceu a doação por parte da CE, em dinheiro, e o livre acesso aos mercados europeus (agrícolas e industriais).